sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Conclave

Seu Benjamin foi o ultimo a chegar, veio com o cão. “O cão não pode entrar”, ”pode”, “não pode”... No final o cão entrou, reclamaram mesmo só por reclamar. A mesa redonda de madeira tinha marca de cigarro... mas seu José dono da casa e da mesa não fumava há quinze anos, “ordens médicas” falava isso com ironia encarando o Dr. Francisco, o médico em questão.
Tinha um garoto no canto da porta, que se assustava com os berros daqueles velhos geralmente tão brandos e suaves, mas que se tornavam tão bravos e jovens naquelas horas: “truco”, “seis”... “doze, seu filho da mãe, doze!”
No final do dia, Maria reclama dos feijões espalhados na mesa, José se senta sozinho na varanda, toma uma dose de cachaça e se emociona.

domingo, 15 de novembro de 2009

Cinco ventiladores não fazem um ar condicionado

Não é disso que eu quero falar, se pudesse não falava de nada. Correria nu por aí e depois me jogaria no mar...
São nove horas da manhã e o relógio já marca 35ºC (sim, eu disse relógio, um daqueles que também marca a temperatura. Você com certeza já passou por um deles).
Depois de encarar um ônibus lotado me dirijo ao escritório, mais vinte minutos de caminhada. Terno, gravata, suor, calça, suor, meia, suor, sapato, suor... Entro no prédio e a recepcionista me olha de cara feia, minha única alegria é o ar condicionado da sala dos estagiários. Quebrado. Não acredito! Tudo aponta para o dia mais quente do ano e o ar não esta funcionando. Cinco ventiladores ligados sopram vento quente de um lado pro outro.
Olho todos dentro da sala, contando comigo somamos o total de quatro estagiários, todos vestidos, ninguém tirou ao menos o terno. Todos transpiram feito porcos!
Queria um café, mas não me atrevo a tomar... Hoje vai ser um longo dia!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Pela manhã

Maria ajoelha,
É fonte de fé
Pede a boa ida
Pro nobre José
Que tem fé parelha
Mas sofre da vida
E acorda danado
Num gesto calado
Pedindo café