quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A jarra caiu. Em um dia como qualquer outro as mãos fortes do meu pai ficaram trêmulas e seu corpo não suportou o tempo e sua mente se quebrou com a pressão da vida. Era o fim do homem que me ensinou a ser homem. Tudo perece. O padre, um velho amigo do meu pai, leu o Eclesiastes durante o enterro. E o vento passou, como se não houvesse nada de novo debaixo do sol, como se nem meu pai merecesse permanecer.
Dizem que quando a jarra de café caiu das suas mãos, ela fez o barulho de um trovão, desses que anunciam a morte de um rei. Eu não sei, era um belo dia de sol e ninguém veio me desejar “vida longa”.